A história do povo cigano ou rom é ainda hoje objeto de controvérsia.
Existem várias razões que explicam a obscuridade que envolve a esse assunto.
Em primeiro lugar, a cultura cigana é fundamentalmente ágrafa e despreocupada por sua história, de maneira que não foram conservados por escrito sua procedência.
Sua história foi estudada sempre pelos não ciganos, com frequência através de um cariz fortemente etnocentrista.
Os primeiros movimentos migratórios datam do século X, de sorte que muita informação se perdeu, se é que alguma vez existiu.
É importante assinalar também que os primeiros grupos de ciganos chegados a Europa ocidental fantasiavam acerca de suas origens, atribuindo-se uma procedência misteriosa e lendária, em parte como estratégia de proteção frente a uma população em que eram minoria, em parte como posta em cena de seus espetáculos e atividades.
Outro problema que se deve ter em conta é que a inserção (ou não) na comunidade cigana é uma questão disputada.
Não existe uma delimitação clara dentro da própria comunidade (nem fora) acerca de quem é cigano e quem não o é. As principais fontes de informação são os testemunhos escritos, as análises linguísticas e a genética populacional.
É provável que, pelo caminho, por volta do século 15, tenham passado pelo Pequeno Egito, uma região do Peloponeso, no interior da Grécia. Pelo menos era de lá que eles diziam vir a quem perguntava a sua origem.
Daí o nome gypsy (em inglês), ou gitanos (em espanhol). Mas, antes disso, ainda no século 13, um documento escrito por um patriarca de Constantinopla já advertia sobre a presença dos adingánous, um povo errante que, dizia, ensinava coisas diabólicas.
O registro é o primeiro a tratar os ciganos de forma pejorativa e a registrar o medo que as cidades europeias sentiam de suas caravanas. Era o começo da sina cigana.
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